sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O PODER TERAPÊUTICO DO ABRAÇO


Se considerarmos o abraço como uma forma universal de obtenção de contato profundo, físico e afetivo, poderemos usá-lo como um dos possíveis instrumentos de terapia. O gesto de alargar os braços é sinal universal de paz e fraternidade; é um gesto ligado à idéia do abrir-se, à sensação de ficar em contato mais íntimo com o próximo e de estar em disponibilidade para acolhê-lo. 
        Podemos pensar que tinha esse valor porque o primeiro movimento da criança que chora e se dirige à mãe é o de levantar os braços para ser tomado ao colo e, no abraço, têm fim tanto seu protesto quanto seu desespero pela ausência ou afastamento dela. Podemos nos lembrar também de que, abrindo os braços, sentimos uma sensação de liberação, um endireitamento da espinha dorsal, a possibilidade de que a cabeça e olhos se mantenham sustentados e sem tensões, certa expansão da respiração no ventre e no tórax. Se tudo isso ainda vem acompanhado de um contato caloroso, muscular e epidermicamente gratificante, podemos entender como esse gesto é fonte de felicidade e consegue fazer brilhar os olhos. 


Tipos de abraços, mas não fiquei preso a esses conceitos, simplesmente abrace e trasmita e receba energia!
ABRAÇO PADRÃO:"Fiquem de pé olhando um para o outro, braços envolvendo os ombros, os lados da cabeça apertados um contra o outro, e os corpos inclinados para a frente sem se tocar absolutamente abaixo do nível dos ombros. Assim. Esse é um abraço padrão. O tempo gasto neste tipo de abraço normalmente é breve, uma vez que significa quase sempre "olá" ou "até logo". O sentimento que está por trás disso é de apreço ou de cordialidade formal. O abraço padrão é mais apropriado para conhecidos novos ou colegas de profissão, ou em situações que requeiram certa formalidade. Por oferecer pouca ameaça, é confortável para pessoas tímidas ou sem prática. Este é um abraço clássico, e não deveria ser menosprezado devido a sua qualidade formal. Tem grande aplicação e é portanto benéfico para uma ampla gama de pessoas. 
ABRAÇO DE URSO: Aquele abraço apertado, cheio de energia, que nos envolve e às vezes chega a nos tirar o ar. Naqueles dias em que a gente não consegue botar pra fora, e está lá se auto-reprimindo na concha, esse abraço faz com que o novo ar possa entrar na gente... 
No abraço de urso tradicional (assim chamado devido aos membros da família Ursidae, que tão bem o praticam), uma pessoa geralmente é maior e mais larga do que a outra, mas isso não é indispensável para manter a qualidade emocional do abraço de urso. Quem for mais alto poderá permanecer de pé ou levemente curvado sobre o parceiro mais baixo, envolvendo firmemente os ombros deste com os seus braços. O parceiro mais baixo fica de pé com a cabeça apoiada no ombro ou no peito do parceiro mais alto, braços enlaçados - também firmemente - em volta de qualquer área entre a cintura e o peito, que eles alcancem. Os corpos se tocam num apertão forte, vigoroso, que pode durar de cinco a dez segundos, ou mais.
ABRAÇO XÔXO: Sem graça, sem vontade, é aquele falso abraço, onde não de dá nem se recebe nada, apenas se cumpre um protocolo bobo. 

ABRAÇO ENVOLVENTE: Mais comum entre os casais, embora não seja ato exclusivo destes. É similar ao abraço de urso, onde os corpos se tocam sem restrições. A diferença é que enquanto o abraço de urso enfatiza um "apertão forte e enérgico", o abraço envolvente vai primar pela duração do contato físico. Costuma-se procurar e receber a cabeça do outro que repousa sobre peito ou ombro. 
ABRAÇO DE LADINHO: Muito usado para comemorações, para que os "abraçadores-abraçados" possam olhar para um mesmo lugar ou ter mais liberdade para pular, dançar ou cantar enquanto se abraçam.
ABRAÇO DE DESPEDIDA: Às vezes é breve e a ele se segue uma olhada para baixo. Em outros, trata-se de um longo abraço, em que ambos se comprimem, como se frisassem que o laço não será desfeito após a despedida, ou pelo menos esse seria o desejo mútuo. Muitas vezes são acompanhados de dizeres sentimentais. Os olhos sempre estarão fechados. 
ABRAÇO PARA AFASTAR O MEDO: O medo aqui em seu sentido mais primal leva as pessoas a se abraçarem. As crianças são mais facilmente impelidas a isso, mas quando o estimulo de medo é forte o bastante para cortar a racionalidade desenvolvida nos adultos, também se desenvolve esse mesmo "reflexo". Vemos isso nos parques de diversão onde o perigo simulado hoje é tônica, e também nas tristes situações reais onde mais de uma pessoa encontram-se impotentes diante da morte eminente. 


De Jerome Liss e Meurizio Stupiggia, do livro "A Terapia Biossistêmica



 

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