segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Obesidade infantil






obesidade infantil é, segundo a Organização Mundial de Saúde, um dos problemas de saúde pública mais graves do século XXI, sobretudo nos chamados países em desenvolvimento. Em 2010, havia 42 milhões de crianças com sobrepeso em todo o mundo, das quais 35 milhões viviam em países em desenvolvimento.
 A obesidade está relacionada a uma série de fatores como hábitos alimentares e atividade física, além de fatores biológicos, comportamentais e psicológicos. Não se trata de um problema meramente estético. Além de frequentemente sofrerem "bullying" por parte dos colegas frequentemente, crianças obesas tendem a desenvolver vários problemas de saúde, como diabetesdoenças cardíacas e a má formação do esqueleto. O sobrepeso e a obesidade são o quinto fator principal de risco de disfunção no mundo. A cada ano, pelo menos 2,8 milhões de pessoas adultas morrem em consequência do sobrepeso ou da obesidade. 44% dos casos de diabetes, 23% dos casos de cardiopatias isquêmicas e de 7% a 41% dos casos de alguns tipos de câncer são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade.
OMS entende que a obesidade se tornou uma epidemia. De acordo com a Organização, crianças obesas e com sobrepeso tendem a se tornar adultos obeso e têm maior probabilidade de adquirir mais cedo doenças não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares. A OMS considera prioritária a prevenção da obesidade infantil.
CAUSA
O excesso de peso pode ser causado por dois fatores importantes: a hipertrofia (aumento de tamanho das células adiposas) ou pela hiperplasia (aumento de quantidade das células adiposas). Quando uma célula de gordura é gerada, ela deverá ficar no organismo até a morte do individuo. Portanto a única maneira de eliminar o excesso de peso é a eliminação de gordura daquela célula. Por isso é tão difícil eliminar a obesidade, depois da infância e adolescência.
Muitas pessoas no dia-a-dia têm muitos compromissos durante o dia e acabam tendo de almoçar, jantar ou fazer um lanche em fast foods - um mau hábito que pode passar dos pais para os filhos e dos filhos para os netos.
Numa creche, em Fortaleza (2005), foi realizada uma pesquisa referente à obesidade infantil e amamentação ineficaz com noventa crianças. Os resultados da avaliação foram os seguintes: 57,7% (), 14,4% (com sobrepeso), 13,3% (obesas), 11,1% (com baixo peso) e 3,3% (desnutridas). Observou-se, na pesquisa, que 60% das crianças tiveram um padrão de amamentação ineficaz (< 6 meses e não mamou); 60% delas viviam em famílias com uma renda mensal de menos de um salário mínimo.
De acordo com o estudo, pôde se criar uma relação da obesidade infantil com a amamentação ineficaz. Apesar da incapacidade da pesquisa de controlar outros fatores que poderiam estar relacionados (peso da criança ao nascer, ingestão calórica, nível de atividade física) os resultados foram cruciais para sugerir que uma amamentação ineficaz, atrelada a uma condição socioeconômica deficiente, pode favorecer o surgimento de um cenário propício para a obesidade infantil.
A importância do leite materno para o desenvolvimento da criança e para o impedimento do surgimento de outras doenças é um assunto defendido e difundido no mundo inteiro (por exemplo, nos EUA foi descoberta uma proteína no leite da mãe, a adiponectina, essa que é capaz de controlar como o corpo processa açucares e gorduras do leite.). Mas devemos ressaltar que os mecanismos que poderiam levar a falta de leite materno à obesidade não são completamente claros. Provavelmente estariam ligados ao “imprinting metabólico”, promovendo uma diminuição na suscetibilidade de um bebê, que poderia se tornar obeso na infância e na fase adulta. Também se sabe que o leite materno é composto por fatores como os hormônios insulina, T3 e T4 e a leptina, que agem no centro da alimentação e saciedade, localizado no hipotálamo, regulando o balanço energético do metabolismo infantil.
Pesquisas realizadas pela Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, mostram que o vício por fast food tem início na gravidez. Segundo os estudiosos, a dieta da mãe durante a gestação sensibiliza o olfato do feto a determinados aromas e sabores, chegando até a alterar o desenvolvimento de seu cérebro. Logo, mesmo após alguns anos, a criança apresenta maior inclinação a comer esse tipo de alimento.
Em resumo podemos afirmar que somos facilmente atraídos por tais coisas por causa de motivos básicos, que poderiam ser contornados, e assim, apesar de pensarmos que estamos ganhando muito com isso, na verdade estamos perdendo muita coisa, como nossa saúde.

MÁ ALIMENTAÇÃO
Os alimentos industrializados, além de serem chamativos, são produzidos levando em conta mecanismos neurobiológicos: estudos afirmam que os mecanismos responsáveis pela dependência de drogas são os mesmos que levam à compulsão alimentar. Publicada na revista Nature Neuroscience, a pesquisa comprovou, em modelos animais, que o desenvolvimento da obesidade ocorre junto a uma deterioração dos circuitos químicos do cérebro. Durante os experimentos, foram oferecidos alimentos industrializados, cocaína e heroína. Nos dois casos - de comida e drogas - os centros de prazer do cérebro se danificaram, e os ratos passaram a consumir compulsivamente tanto os produtos quanto as drogas.
Ao longo de três anos, os ratos comiam cada vez mais e se tornaram obesos. Após certo tempo, buscavam sistematicamente apenas alimentos industrializados e calóricos. Os circuitos do cérebro são tão impactados que passam a perceber a realidade do novo vício - tanto com cocaína quanto com salsichas e bacon. A modificação que acontece quando comemos esses alimentos em excesso é a superestimulação do receptor de dopamina. A dopamina é um neurotransmissor relacionado ao prazer, e quando ocorre isso com seu receptor, o cérebro reage com mudanças físicas.
Atualmente, muitos profissionais ministram palestras de educação alimentar. Já existe uma tecnologia avançada e apropriada para calcular a quantidade de calorias ingerida diariamente. Mesmo com esses recursos, as pesquisas tendem a revelar que o número de crianças e adolescentes com sobrepeso continua a crescer.
Um fator que tem contribuído imensamente para o aumento da obesidade no mundo inteiro e para o declínio do consumo de alimentos mais saudáveis (frutas, saladas, alimentos integrais e sucos naturais, por exemplo) é a expansão do fast-food e do comércio de junk food (guloseimas muito calóricas, cheias de açúcares, gorduras e sódio), que podem a causar doenças cardiovascularesdiabetes e câncer.
Podemos considerar que a influência dos pais na alimentação das crianças também contribui para que elas se tornem obesas. Hoje em dia vemos que cada vez mais temos uma alimentação com base em lanches, doces, enfim, as chamadas porcarias, e menos alimentos saudáveis.
Os pais acabam influenciando os filhos a comerem alimentos mais gostosos e mais rápidos de se preparar, em vez de montarem uma alimentação saudável que contribui para um bom crescimento, boa saúde e menos problemas de saúde.
As causas podem ser costume dos pais em comerem aquele tipo de alimento, falta de informação ou até mesmo certos mitos, como o de que crianças mais gordas são mais saudáveis.

FALTA DE SONO

Além deste estopim para a gênese da obesidade infantil, os pais também são colaboradores de outro grande causador do aumento de peso: a falta de sono. É indispensável que os pais deem a atenção essencial a esse fato, acompanhando de perto a duração e a qualidade do sono de seus filhos.
Estudos afirmam que crianças que dormem pouco têm uma maior probabilidade de sofrer com aumento de peso, mesmo controlando outros fatores de risco. A cada hora de sono, a chance de a criança se tornar obesa em um futuro próximo é diminuída consideravelmente.
Foi feito um recente estudo da Universidade de Harvard, que afirma que crianças e adultos que tem sono irregular e um relógio biológico indefinido têm um maior risco de obesidade e as crianças, principalmente, passam grande parte do tempo em redes sociais e jogos virtuais, passando assim da sua hora de dormir, podendo aumentar os riscos de obesidade.

GRAVIDEZ, GENES DE PREPOSIÇÃO E CESÁREA

Outra pesquisa feita dessa vez por especialistas do Hospital da Infância de Boston, afirma que partos cesáreos aumentam a chance da obesidade infantil devido às diferenças na flora intestinal, entre os nascidos por parto natural e os nascidos por cesárea,4 já que os nascidos por cesárea têm uma maior incidência de bactérias firmicutes, que, segundo outros estudos, estão presentes nos intestinos de pessoas obesas e são um dos fatores que motivam esta doença.
Recentemente foram descobertos genes que contribui para o desenvolvimento da obesidade infantil, porém pouco se sabe sobre eles. Segundo os dados da literatura científica, estes genes atuam nos intestinos, e foi observado um vínculo entre um gene (OLFM4) e a flora microbiana intestinal que estaria envolvida no aumento de peso. A associação pangenômica pretende reduzir o genoma para buscar a quase totalidade das variações genéticas. São estudos não conclusivos mas considerados como um grande avanço na prevenção e tratamento da obesidade infantil.

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