sábado, 23 de novembro de 2013


Síndrome de Alice no País das Maravilhas







Síndrome de Alice no País das Maravilhas (ou AIWS), também chamada de Síndrome de Todd, ganhou esse nome por causa do autor Lewis Carrol, e é um distúrbio de desorientação neurológica que afeta drasticamente a percepção dos seres humanos. As pessoas afetadas por esse condição podem experienciar sintomas de micropia, macropsia, ou outros tipos de distorções de tamanho de outras modalidades. Geralmente, se trata de uma desordem temporária, associada com fortes enxaquecas, tumores cerebrais, além do uso de drogas com efeitos psicoativos. Pode, também, se apresentar como um sinal inicial do vírus Epsteir-Barr.  Evidências anedóticas sugerem que os sintomas da AIWS são muito comuns na infância, que acabam cedendo na adolescência. Essa síndrome também pode ser causada por quantidades anormais de atividade elétrica, que podem causar um fluxo atípico nos setores cerebrais que processam algumas partes da visão como a percepção, a textura e a profundidade dos objetos. Lewis Carrol sofria de surtos desta desordem, e muitos estudiosos  julgam que o autor usou o seu livro “Alice no País das Maravilhas” para descrever sua experiência, colocando-se na pele personagem criado por ele, Alice.

Foi descrita pela primeira vez em 1955, pelo psiquiatra inglês John Todd, e por algum tempo, imaginou-se que a Síndrome de Alice no país das Maravilhas tivesse relação com os componentes do olho, como danos ou degenerações crônicas. A AIWS é resultado de uma mudança neural na percepção, e não problema nos olhos, e afeta o senso de visão, sensações, tato e audição do paciente, além da própria imagem do seu corpo, que é o sintoma mais proeminente e perturbador. O paciente passa a se sentir confuso em relação ao tamanho e forma das partes do seu corpo. Os olhos estão funcionando normalmente, mas o paciente vê os objetos com um tamanho ou forma errados, além de perder totalmente a noção de perspectiva. Pessoas, carros, prédios, parecem muito menor, ou maior, do que realmente seriam, ou mais próximos ou distantes que a realidade, como um corredor, que pode parecer infinitamente longo, ou o chão parecer extremamente próximo.

Também pode ocorrer a total perda da noção do tempo. As horas podem parecer passar muito devagar, assim como ocorre com experiências influenciadas pela droga LSD. A falta de noção de tempo e espaço, leva a uma peculiar e inteiramente distorcida sensação da velocidade em que as coisas, ou a própria pessoa, se movem, uma vez que alguns fatores importantes estão ausentes da equação, impossibilitando que o cérebro consiga identificar a realidade. Por exemplo, uma pessoa pode acreditar que está caminhando muito lentamente, quase parando, sendo que, na realidade, ela pode estar correndo incontrolavelmente levando à uma desorientação extremamente perturbadora.
Essa síndrome é mais um distúrbio da percepção do que a mudança de uma condição específica do sistema nervoso. A diagnose pode ser conjecturada quando outros fatores físicos forem descartados e se o paciente apresente os sintomas dessa síndrome associados com enxaquecas. O tratamento é o indicado para enxaquecas, anticonvulsivos, antidepressivos, bloqueadores beta-adrenérgico e bloqueadores de canais de cálcio, além de uma mudança na dieta. Situações crônicas são intratáveis, e devem passar com o tempo. Descanso é o principal tratamento recomendado, mas também recomenda-se entrar em grupos de terapia, para compartilhar e conhecer experiências de outras pessoas, principalmente porque essa condição pode causar que as pessoas fiquem, compreensivelmente, alarmadas, assustada, e com forte tendência a entrarem em pânico, se tornando paranoicas.

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