O que é Epilepsia?
É uma
alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha
sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se expressa por
crises epilépticas repetidas.
Causas
A causa
pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma
infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de
solitária" no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas etc. Às
vezes, algo que ocorreu antes ou durante o parto. Muitas vezes não é possível
conhecer as causas que deram origem à epilepsia.
Sintomas de Epilepsia
As crises
epilépticas podem se manifestar de diferentes maneiras:
A crise
convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como
"ataque epiléptico". Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão,
apresentar contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua,
salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.
A crise
do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A
pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por
ser de curtíssima duração, muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou
professores.
Há um
tipo de crise que se manifesta como se a pessoas estivesse "alerta"
mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante
esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando,
falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a
pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada
de crise parcial complexa.
Diagnóstico
Para caracterizar
a epilepsia, é indispensável haver recorrência espontânea das crises com
intervalo de no mínimo 24 horas entre elas. Um episódio único não é indicativo
da síndrome. Ouvir a história do paciente e o relato das pessoas que
presenciaram a crise também ajuda a determinar o diagnóstico. Além disso, é
preciso certificar-se de que não existe nenhum fator precipitante da crise,
seja tóxico, seja provocado por alguma outra doença.
Tratamento de Epilepsia
O
tratamento das epilepsias é feito através de medicamentos que evitam as
descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises
epilépticas. Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no
Brasil são portadores em estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso
de medicamentos por toda a vida, sendo as crises frequentemente incontroláveis
e então candidatos a intervenção cirúrgica. No Brasil já existem centros de
tratamento cirúrgicos aprovados pelo Ministério da Saúde.
Como proceder durante as crises:
·
Coloque a
pessoa deitada de costas, em lugar confortável, retirando de perto objetos com
que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos
·
Introduza
um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar mordidas na língua
·
Levante o
queixo para facilitar a passagem de ar
·
Afrouxe
as roupas
·
Caso a
pessoa esteja babando, mantenha-a deitada com a cabeça voltada para o lado,
evitando que ela se sufoque com a própria saliva
·
Quando a
crise passar, deixe a pessoa descansar
·
Verifique
se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de emergência que
possa sugerir a causa da convulsão
·
Nunca
segure a pessoa (deixe-a debater-se)
·
Não dê
tapas
·
Não jogue
água sobre ela.
Recomendações
Recomendações
* Não deixe
de tomar a medicação sob nenhum pretexto. Da adesão ao tratamento, depende o
controle das crises e, consequentemente, a qualidade de vida;
* Não
interrompa as visitas ao médico enquanto estiver tomando o medicamento. É
preciso evitar que possíveis efeitos colaterais possam ser atribuídos
erroneamente à epilepsia. No entanto, caso eles ocorram, há como ajustar a dose
ou trocar o medicamento por outro;
* Não
reduza a dose do remédio prescrito pelo médico por conta própria. O controle
das crises depende do uso contínuo da dose adequada para o seu caso;
* Não se
preocupe. O fato de pai ou mãe serem portadores de epilepsia não aumenta o
risco de o filho nascer com o distúrbio. A possibilidade é semelhante à dos
casais que não apresentam a síndrome;
* Procure
assistência médica para avaliação, mesmo que a crise epilética tenha sido uma
só e de curta duração;
* Mantenha
a calma diante de uma pessoa com crise do tipo convulsivo que geralmente dura
poucos segundos ou minutos e passa sozinha. Enquanto ela está se debatendo, apoie
sua cabeça para evitar um trauma e vire seu rosto de lado para eliminar o
acúmulo de saliva ou para impedir que se asfixie com o próprio vômito. É
preciso ficar claro que ela jamais conseguirá engolir a língua, um músculo que
também se contrai durante a crise por causa da contratura muscular generalizada
característica da epilepsia. O máximo que pode acontecer é o paciente mordê-la
e feri-la, mas ela cicatrizará sem problemas depois. Portanto, não coloque
colheres, cabos de garfos ou qualquer outro objeto na boca do doente;
* Não
restrinja os movimentos da pessoa que está recobrando a consciência e parece
confusa e sonolenta depois de uma crise;
* Não tenha
medo nem preconceitos. Epilepsia não é uma doença contagiosa, nem é sinal de
loucura.
www.epilepsia.org.br
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