sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


FORMAS DE PENSAR QUE DESTROEM A SUA FELICIDADE

Todos nós estamos geneticamente preparados para a felicidade, mais especificamente para a felicidade hedônica. A palavra grega hedonê significa “prazer” e dela provém o termo hedonismo. O precursor do hedonismo foi o filósofo grego Aristuppus (435-366 BCE) que defendia a boa vida pela experiência de maximização do prazer e minimização da dor, e que a felicidade surgiria como a totalidade dos momentos hedônicos experienciados pela pessoa. Basicamente a felicidade hedónica está relacionada com os momentos prazerosos associados aos nossos cinco sentidos, e com as experiências positivas que estes nos proporcionam, como por exemplo, o calor do sol, ou o sabor doce e a sensação refrescante de um gelado, ou o êxtase de ver a nossa equipa de eleição vencer. Deste ponto de vista podemos considerar que felicidade é a soma dos vários momentos prazerosos experienciados. Numa perspectiva diferente temos a felicidade heudaimónica. Aristóteles, filósofo grego propulsor do eudaimonismo, postula que toda atividade humana tem um fim. Eudaimonia, enquanto estado subjetivo, envolve os sentimentos que ocorrem quando a pessoa se move em direção à autor realização para que possa desenvolver os seus potenciais e conferir propósito à sua vida (Waterman, Schwartz & Conti, 2006).
Acredito que ambas as perspectivas anteriores acerca da felicidade estão presentes na vida de cada um de nós. Por vezes, afastamo-nos das boas sensações que o nosso corpo nos pode proporcionar, assim como dos nossos objetivos e propósitos de vida, emergindo o sofrimento, angustia e infelicidade. Se você percepciona que tem um conjunto de comportamentos que vão destruindo a sua felicidade, proponho que reflita sobre as possíveis formas de agir e pensar que podem estar contribuindo para o seu mal-estar, e assim, mudar a vida para melhor.

VOCÊ FICA ANGUSTIADO ACERCA DO SEU FUTURO E ESQUECE O CAMINHO JÁ PERCORRIDO
Antecipar o futuro de forma angustiante é a receita para se sentir desanimado. Este mau hábito aumenta drasticamente as chances de desistir dos seus sonhos, fazendo-o sofrer por antecipação. Em vez de concentrar-se na sua perspectiva de futuro catastrófica, olhe para aquilo que já conseguiu e aprendeu para que possa organizar-se face aquilo que pretende melhorar ou atingir.

2. VOCÊ TEM MEDO DE CAMINHAR PELO SEU PÉ,  IMpORTANDO-SE EM DEMASIA.
Esta é uma grande armadilha da qual você necessita ficar atento. Ainda que possa necessitar de algum tipo de suporte para algumas coisas ou em alguma fase da sua vida, não confunda isso com negação das suas capacidades para atingir o que pretende. É assim que as pessoas podem enraizar uma mentalidade de vítima, ou ficarem dependentes de terceiros, tendo de aceitar situações que não lhes servem, como por exemplo, permanecer num relacionamento abusivo.  A verdade é que a grande maioria das pessoas tem o poder para se propor às coisas que pretende alcançar na vida. Mas para que se comprometa com essa ideia e passe a agir com essa crença, primeiro precisa perceber que pode estar privando-se da oportunidade de fazer isso acontecer. Sim, isso é exatamente o que muitas pessoas fazem. Simplesmente não dão a elas mesmas a oportunidade de tentar pelos seus próprios meios, levando-as a desenvolver medo de caminhar pelo seu próprio pé.

3. VOCÊ ACHA QUE SÓ IRÁ SER FELIZ QUANDO ATINGIR UM DETERMINADO OBJETIVO
Quando focamos a nossa felicidade no futuro, em algo que queremos alcançar para sermos verdadeiramente felizes, podemos entrar num caminho tortuoso e miserável. “Só vou ser feliz quando tiver o corpo perfeito.” Neste exemplo, a pessoa está a fazer uma afirmação absolutista ancorada a um objetivo específico, remetendo todas as outras áreas da sua vida para segundo plano. Coloca um filtro extremamente redutor, quer em termos temporais, quer em termos de outros objetivos alcançados ou prazeres experienciados. Nesse meio tempo, é usual a pessoa sentir-se miserável porque o seu corpo não cumpre os padrões pretendidos. Se este tipo de pensamento for sendo aplicado ao longo do tempo e generalizado a outros objetivos que a pessoa se proponha, a obsessão instala-se e a felicidade é afetada negativamente. Cuidado com este ciclo de pensamento a que podemos chamar de armadilha da felicidade. Mesmo que a pessoa atinja os seus objetivos, por exemplo, fique com o corpo em forma, ganhe mais dinheiro, rapidamente se propõe a outros objetivos e encontrará novos motivos para continuar infeliz e a sentir-se miserável.
Ainda que seja saudável e benéfico traçar objetivos e propor-nos a novos desafios que possam gerar bem-estar e contribuir para a nossa felicidade, é contraproducente colocar a totalidade da nossa satisfação de vida na obtenção de um determinado resultado.

4. VOCÊ VÊ A FELICIDADE COMO ALGO EXTERIOR AO INVÉS DE ALGO INTERIOR
Provavelmente, em comparação com os outros, você ache que ser feliz é ter melhor currículo, ganhar mais dinheiro, ou ter a esposa mais linda. No entanto, muitas das pessoas que não possuem isso também são felizes. Obviamente que as nossas conquistas, conforto e bens materiais podem contribuir para o nosso bem-estar e promover o nosso sentimento de felicidade, mas resumi-la a isso é destruí-la. Talvez o hábito tenha sido enraizado devido a uma sociedade extremamente competitiva, e o sentimento miserabilista imperar para aqueles que julgam não ter o que supostamente acham que deveriam ter. A felicidade é algo interno, na relação que estabelecemos conosco mesmos, com os outros, com o mundo em geral e no equilíbrio entre o que desejamos e aquilo que obtemos. É um sentimento, e você pode senti-lo a qualquer momento. Da próxima vez que você diga a si mesmo que primeiro precisa de algo para ser feliz: pense novamente. A afirmação que está fazendo é racional, razoável e saudável?



5. VOCÊ NÃO CUIDA DE SI MESMO
Certamente você tem consciência de um conjunto de atividades que deveria realizar para promover e manter a sua saúde. Sabe que deve exercitar-se mais, comer alimentos baixos em gordura, descansar, mas pode ter vindo a descuidar-se. Você sabe que deveria ser mais autodisciplinado. Como resultado, pode sentir-se culpado. Um bom estado de saúde é sem dúvida um enorme suporte para a felicidade. Sabemos disso principalmente quando sentimos um abalo na nossa saúde. Faça o que tiver ao seu alcance para não destruir a sua felicidade, cuidando de você mesmo. Livre-se da culpa que pode sentir por não ter vindo a ter alguns cuidados consigo e passe à ação.

6. VOCÊ DESEMPENHA O PAPEL DE VÍTIMA
Você não precisa queixar-se taxativamente para desempenhar o papel de vítima na sua vida. Digamos que você “não pode” fazer isto ou aquilo, ou acha que não consegue sem se propor a isso? Provavelmente está jogando o papel de vítima. Pode não ter plena consciência disso, ou ter benefícios subjacentes ao desempenhar esse papel. Por exemplo, se você está acima do peso e sente-se vítima devido a isso, pode secretamente sentir-se orgulhoso por ir contra as revistas que constantemente dispararam a ideia de que você deveria emagrecer. Ou, se você está sobrecarregado, pode começar a gabar-se para os outros acerca da quantidade de coisas que faz e tem à sua responsabilidade. Agora que ficou mais alerta para a possibilidade de poder estar a desempenhar o papel de vítima, pergunte a si mesmo: “Quais as vantagens que recebo de estar na minha situação atual?” Seja honesto, e liste pelo menos sete. Você pode ficar surpreendido. Essas supostas vantagens podem estar a prendê-lo na sua vitimização.

7. VOCÊ FOCALIZA EM DEMASIA A SUA ATENÇÃO NOS ERROS E NO QUE É MAU
Aquilo em que focamos a nossa atenção expande-se. Se você desenvolveu um filtro demasiado estreito para tudo o que possa estar mal, para os erros e fracassos, para os seus e os dos outros, certamente está a ser alvo de estímulos negativos. Não quero passar a mensagem que não devemos prestar atenção para aquilo que não está bem na nossa vida, ou que não devemos analisar os erros que cometemos. Ter consciência do que acontece de negativo na nossa vida pode ser vantajoso. No entanto, não deveremos ficar presos apenas nos cenários negativos. O que importa fazer é analisar o que precisa de ser melhorado, reparado ou aprendido e depois orientar a atenção e recursos para a construção de uma solução. Ficar a ruminar nos erros ou nas coisas ruins, alimentar tudo isso e desenvolver uma crítica negativa destruidora, nada de bom trás à pessoa que desenvolve essa forma perniciosa de olhar a vida.

 8. VOCÊ ACHA QUE AS OUTRAS PESSOAS NÃO GOSTAM DE SI
Acredito que algumas pessoas possam não gostar. Não podemos agradar a Gregos e Troianos. Mas acredito também que existem pessoas que gostam de você. Se a ideia de que os outros não gostam de você paira na sua mente, faça o exercício saudável de contestação. Faça uma lista das dez pessoas que tem a certeza que gostam de você. Se conseguir completar a lista, não pode continuar a ter essa crença irrealista. Se eventualmente a ideia permanece, perceba o que pode ter vindo a fazer para que isso aconteça. Ainda assim, as pessoas que não o conhecem não podem ter razões para não gostar de você. Principalmente para as pessoas que conhece pela primeira vez, você tem a oportunidade de estabelecer uma relação sustentável e apreciativa. Se for o seu caso, esforce-se por isso.

9. VOCÊ RACIONALIZA O SEU MAU COMPORTAMENTO
Todos nós sem exceção temos momentos na nossa vida que se encaixam no que podemos chamar de mau comportamento. Podemos ser agressivos nas nossas palavras, ou recorrentemente sermos injustos com determinada pessoa, ou não prestar atenção com quem necessita da nossa ajuda. Mas se de forma crônica nos comportamos indevidamente e racionalizamos esse comportamento desajustado numa tentativa de proteção do ego, tornamo-nos cegos à melhoria comportamental. Ter maus comportamentos não faz necessariamente de nós más pessoas. Faz de nós uma pessoa que se comporta de forma desadequada, podendo prejudicar a si mesmo e aos outros. Nesta linha comportamental não existe espaço para o florescimento pessoal, e com isso a felicidade é destruída.  

10. VOCÊ COLOCA A CULPA DE TUDO EM SI MESMO
Esta estratégia de colocarmo-nos no epicentro da culpa de tudo o que acontece de pior na nossa vida, apelido-a de uma fuga para o lado. A pessoa assume que tem pouco valor, pouca habilidade ou poucos recursos e por isso é normal que seja a culpada das coisas piores que lhe acontecem ou que estão relacionadas com ela. Se for o seu caso, não se culpe a si mesmo por tudo e por nada, só para fugir à realidade e assim ficar no seu lado confortável. A culpa pode já ter-se tornado em algo confortável e que tem à mão para lidar com as situações incômodas. Tente separar-se da situação e, em seguida, analise melhor o que pode estar a acontecer e perceba se realmente é adequado culpabilizar-se ou se é mais benéfico perceber o que pode mudar nas suas ações ou na situação, para que numa próxima oportunidade possa fazer melhor.

11. VOCÊ É UM REALISTA FOCADO NO PASSADO
Você acha que ser realista irá torná-lo mais objetivo, mas será realmente um “realista” ou  é um “realista focado no passado”? Pondere sobre o seguinte: Tudo o que experimentamos hoje é o resultado do que aconteceu ontem, na semana passada, no mês passado, etc. No entanto, podemos igualmente considerar que o futuro é o resultado do que fazemos hoje, mais os acontecimentos do passado. Se você se focar naquilo que pretende vir a realizar ou a melhorar, isso passa a orientar as suas ações no presente. Ou seja, caso o seu passado não tenha sido aquilo que mais desejava, ao invés de se condicionar apenas por aquilo que já aconteceu, pode optar por orientar a sua vida por aquilo que pretende que lhe aconteça. Pondere passar a orientar-se muito mais focado no futuro. O futuro que quer ver materializado. Acredito que a sua motivação irá alavancar e com isso caminhar mais esperançado no presente.

12. VOCÊ QUER MELHORIAS RÁPIDAS

Se você se encontra numa situação em que pretende aprender algo que é necessário para a sua vida, ou precisa mudar algum hábito, ou instituir uma nova rotina ou estilo de vida, e quer ver resultados imediatos das suas ações, certamente vai deparar-se com o fracasso. Se isto tem vindo a ser recorrente na sua vida, você está agindo com base no desespero e ansiedade. Na verdade, é como se necessitasse muito de algo, mas não está disposto a “pagar” a fatura com esforço da sua parte.

13. VOCÊ NÃO PRATICA A GRATIDÃO
Pense  em algo na sua vida em que você se sente feliz por ter. Faça isso. Reconheça isso. Sinta-se afortunado e grato por ter isso na sua vida. Por vezes simplesmente ignoramos as coisas boas que temos na vida, damos isso como garantido. Acredito que praticar a gratidão e transformá-la num hábito é promotor de felicidade e equilíbrio emocional.

14. VOCÊ ESPERA QUE OS OUTROS SEJAM A SUA SALVAÇÃO

Você acha que não sabe o suficiente sobre X e precisa de alguém para ajudá-lo. Isso pode ser verdade, mas às vezes é apenas uma desculpa para não colocar as suas mãos na massa. Você, pouco a pouco vai deixando de responsabilizar-se pela sua melhoria de vida. Raramente é devido às pessoas serem preguiçosas que isto acontece. É principalmente porque se acham incompetentes, ou incapazes, ou eventualmente não querem sair da sua zona de conforto e propor-se a novas experiências.


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HÁBITOS TÓXICOS QUE ANIQUILAM A SUA MOTIVAÇÃO



A motivação gera-nos grande impulso para a ação face aos objetivos que pretendemos alcançar ou sonhos que queremos realizar. Quando nos sentimos motivados emerge uma força de vontade enorme que facilita a obtenção do que desejamos. Indubitavelmente a motivação é uma força em ação que promove a realização daquilo que nos é significativos. Mas por vezes, no percurso para sermos bem sucedido deparamo-nos com alguns obstáculos que podem promover alguns maus hábitos que aniquilam a motivação. São hábitos que nos colocam num estado emocional desfavorável, retiram-nos foco, objetividade e promovem o desenvolvimento de crenças disfuncionais. Para nos sentirmos realizados é muito importante termos um enorme impulso face a algo que nos é significativo, mas importa igualmente certificarmo-nos que alguns dos nossos comportamentos não se viram contra nós mesmos.
  hábitos tóxicos que fazem diminuir a sua motivação: 

1. VOCÊ DESEJA SER PERFEITO
Perseguir a perfeição é a maneira mais rápida de aniquilar a sua motivação. Se você evita começar algo ou não se propõe a algum desafio ou projeto porque julga não conseguir realizar a tarefa na perfeição, certamente gerou a crença disfuncional de que tem de ser perfeito em tudo o que faz. O seu perfeccionismo transformou-se num obstáculo à sua motivação. Você desenvolveu um pensamento de tudo ou nada. Ou faz na perfeição ou não vale a pena fazer. O que pode prejudicá-lo sempre que você não se percepcionar vir a ser totalmente eficaz ou a realizar algo na perfeição. Da próxima vez que você estiver trabalhando num projeto, diga a si mesmo que está no processo de melhoramento. Que o que está a realizar não é algo acabado, e que pode ser melhorado à medida que vai avançando. Isto permite que se proponha a iniciar aquilo no qual poderá ter ficado paralisado. Ter algo feito é melhor do que nunca iniciar nada.


2. VOCÊ COMPARA-SE AOS OUTROS
Estar constantemente a comparar-se aos outros pode ser uma das maneiras mais fáceis de perder a motivação. Quando nos comparamos aos outros (aqueles que têm mais ou obtém melhores resultados que nós) e isso faz disparar auto avaliações negativas, conduzindo-nos a um diálogo autocrítico negativo, tendemos a diminuir os nossos níveis de energia e a aumentar a descrença nas nossas capacidades, habilidades ou esforços. Quando nos comparamos por defeito, por estarmos “abaixo” dos outros, no retorno, podemos ter a percepção de uma grande discrepância entre o que os outros estão a alcançar e aquilo que nós não estamos a conseguir, levando-nos a desistir. Foque-se naquilo que julga conseguir realizar, e se percepcionar que não está a obter o que deseja, oriente a sua atenção para estratégias que possam aumentar a probabilidade de ser bem sucedido.

3. VOCÊ NÃO ACREDITA EM VOCÊ MESMO
Se você não acreditar em você mesmo, quem o fará? Pare de perder tempo e energia botando-se para baixo. Da próxima vez que você se estiver sentindo para baixo, force-se a pensar em alguma coisa que você faz bem. Foque a sua atenção nas suas forças, naquilo que são as suas habilidades. Se tiver dúvidas, pergunte a um amigo chegado. Não faças avaliações do seu valor baseando-se apenas em filtros negativos. Ou seja, não olhe apenas para aquilo que não conseguiu realizar ou atingir. Recorde dos seus feitos, mesmo que sejam coisas insignificantes. Foque a sua atenção naquilo que é positivo, e se mesmo assim não for suficientemente positivo, trabalhe naquilo que pode melhorar. Deixe de se vitimizar. Faça o que pode fazer.

4. VOCÊ ESPERA DEMASIADO NAS SUAS AÇÕES
A melhor maneira de promover o sucesso nas suas ações e comportamentos é executando passo a passo, pouco a pouco. Concentre-se nas tarefas que você deseja concluir. Você pode olhar para o grande objetivo, mas deve focar as suas energias nas pequenas coisas, para que as pequenas coisas se transformem em grandes coisas.

5. VOCÊ NÃO ESTABELECE OBJETIVOS CLAROS
Se você não tem metas, você não irá promover a sua motivação porque não sabe para onde está indo. Você precisa descobrir aonde você quer ir e, em seguida, empenhar todos os seus esforços, energia e dedicação nos seus objetivos. Se você não sabe por onde caminhar, pode ir ter a um lugar que não deseja. Não ter metas é como tentar encontrar um novo restaurante sem um endereço. Você pode ter sorte de vez em quando, mas certamente vai ficar deambulando a maior parte do tempo.

6. VOCÊ NÃO ENCORAJA A SI MESMO
Se você não se incentiva a si mesmo, está a dar um tiro nos seus próprios pés. Construa o seu alfabeto motivacional. Formule um conjunto de palavras, imagens mentais, gestos, músicas, ou qualquer coisa que possa funcionar como um gatilho que faça disparar em você mesmo uma vontade enorme para a realização dos seus objetivos. Ao encontrar uma maneira de encorajar a si mesmo você vai sentir-se mais recompensado e motivado. Lembre-se, trate-se da mesma maneira que você espera que os outros o tratem.

7. VOCÊ NÃO CUIDA DE SI MESMO
Uma das formas primárias mas primordiais é o descanso. Se você não descansa devidamente, se não recupera do seu esforço do dia a dia, certamente irá ver a sua motivação afetada. A motivação faz uso da nossa energia disponível, e é negativamente afetada quando andamos exaustos. Certifique-se que agenda devidamente e intencionalmente a sua recuperação e energização. Dedique algum do seu tempo ao lazer e a atividades relaxantes que você gosta de realizar.

8. VOCÊ DEIXOU DE SER CRIATIVO
Você precisa alimentar a sua motivação com novas ideias. Se você entra num estado rotineiro de pensar e fazer sempre as mesmas coisas, o ânimo, curiosidade e criatividade tendem a cristalizar-se. Mantenha a sua mente ativa. Mantenha-se informado dos assuntos que gosta, desenvolva-os, leia, troque opiniões, fale com outras pessoas. O poder criativo que todo nós comportamos é a porta de entrada para novas ideias. Se você desenvolver uma mentalidade de melhoria e de desenvolvimento pessoal, a sua mente manter-se-á ativa, aumentando a probabilidade de surgirem novas ideias e você sentir-se mais motivado.

9. VOCÊ PERDE O FOCO DAS SUAS PRIORIDADES
Se você persegue um determinado objetivo e existem distrações, vícios ou comportamentos parasitas que interferem com o seu foco prioritário, é importante trabalhar na sua autodisciplina. Esforce-se para realizar uma lista das principais distrações que você tem que o impedem de realizar o que mais importa. Ganhe consciência daquilo que o afasta dos seus objetivos. Depois devolva o poder a você mesmo. Organize o seu tempo. Não tem de deixar de fazer algumas das coisas que servem de escape da sua vida. O que tem de fazer é organizar-se e decidir os momentos que pretende dispensar a cada uma dessas atividades.



APRENDA A QUESTIONAR AS SUAS EMOÇÕES

As emoções são o pulsar da vida, é o fim último de qualquer comportamento. Vamos ao cinema para sentir emoções, vamos ao parque de diversões para sentir emoções, ouvimos música para sentir emoções. Por vezes, reagimos desadequadamente e perdemos a cabeça devido ao disparo exacerbado e descontrolado das nossas emoções. Para o bom e para o mau, as emoções estão sempre na base e no topo dos nossos comportamentos. O que leva muitas das vezes a tomarmos ações precipitadas ou a arrependermo-nos de alguns dos nossos comportamentos é o fato de ser muito difícil decifrar as emoções e não termos consciência momento a momento o quanto nos condicionam. Você está a sentir raiva ou inveja? Você está ansioso ou animado? Aprender a decifrar as nossas emoções e a tomar consciência do quanto influenciam a mudança dos nossos estados internos é primordial para o nosso equilíbrio emocional. A forma de aprender este processo é questionando as emoções e sentimentos.

QUESTIONE AS SUAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS
Um dos primeiros pilares da inteligência emocional é a autoconsciência. Este é o processo de compreender através da auto-observação e auto investigação. Este processo é realizado através da observação das nossas emoções a partir de um ponto de vista objetivo, e em seguida, tentar perceber o que as está causando e o quanto estão influenciando as nossas ações. As emoções orientam o comportamento humano. As emoções são informação, são uma forma de conhecimento que possuímos muitas vezes breves, intuitivas, impulsivas e em reação ao nosso meio ambiente e, assim, elas podem ser propensas a erros. Devido a isso, os seus sentimentos podem ser enganosos se reagir sempre a eles, sem os questionar. Em determinados momentos, é boa ideia dar um passo atrás e questionar os seus sentimentos antes de escolher a melhor forma de responder-lhes. Aprofundei este assunto no artigo, Deixe de reagir: Escolha a sua resposta em consciência afirmando quem você quer ser.
No nosso dia a dia somos invadidos por imensos gatilhos que nos alteram o nosso estado de humor e consequentemente fazem disparar emoções em reação a esse estado. Se o estado que experienciamos é negativo e exacerbado, o mais provável é que influencie a nossa forma de pensar. Se essa forma de pensar momentânea é muito diferente do habitual, certamente iremos comportar-nos de uma forma que posteriormente pode comprovar-se como prejudicial e inadequada. Este é um exemplo da ampla influência das emoções e porque devemos questionar os nossos sentimentos. Você pode estar num estado de mau humor, por algum motivo aleatório, como ficar preso no trânsito ou por ter derramado café na sua camisa, e em seguida, o seu humor vai influenciar negativamente a sua impressão acerca de alguém. Racionalmente, você sabe que as duas coisas não têm nada a ver uma com a outra, mas inconscientemente a sua mente faz a ligação entre os seus sentimentos atuais e da outra pessoa. Quando você desenvolver uma melhor compreensão acerca dos seus sentimentos e de onde eles vêm, passará a não cometer equívocos como os do exemplo anterior.
Apresento algumas linhas orientadoras para você praticar o questionamento das suas emoções:

§  O que estou sentindo? Não basta dizer que você se sente “bem” ou “mal”  deverá ser específico. É tristeza ou raiva ou decepção? Tente o seu melhor para encontrar uma ou duas palavras que melhor descrevam o seu sentimento.
§  Quando foi a primeira vez que eu reparei nesse sentimento? Há quanto tempo o sentimento vem acontecendo? Apareceu há pouco tempo, ou foi aparecendo ao longo do tempo?
§  Qual é a principal causa desse sentimento? Tente pensar que acontecimento da sua vida o levou a sentir-se dessa forma. Existe alguma coisa que aconteceu que se destaque de todas as outras habituais?
§  Quais são as possíveis causas secundárias desse sentimento? Quais são alguns outros fatores que podem estar contribuindo para essa emoção? Existem várias “pequenas coisas” que se podem ir acumulando ao longo do dia ou dos dias?
§  Estou cansado ou estressado? Muitas vezes o stress e a fadiga geral podem amplificar as nossas emoções. Por exemplo, os problemas de insónia ou excesso de trabalho pode conduzir a pessoa a aumentar a irritabilidade, a tensão e a confusão.
§  Como devo responder a esse sentimento? Qual é o melhor curso de ação a ser tomado em resposta a essa emoção? Você deve falar com alguém, ouvir música, fazer uma caminhada, fazer algo produtivo, tirar um tempo para refletir?
§  Devo apenas esperar que essa sensação passe? Só porque você sente algo não significa que precisa agir de imediato sobre esse sentimento. Às vezes é melhor apenas “deixar ir” uma emoção até que ela desapareça. Os nossos sentimentos são temporários, eles não duram para sempre.
As pessoas que conseguem “trabalhar” na conexão entre o pensamento e os sentimentos, quando percebem a inter-relação entre o pensar e o sentir, desenvolvem uma elevada consciência emocional. Isto porque a nossa capacidade de pensar sobre os nossos sentimentos ajuda a criar um amortecedor entre as nossas emoções e consequentes respostas, de modo a que possamos deixar de agir impulsivamente o tempo todo. O simples ato de pensar e questionar os nossos sentimentos ajuda a separar-nos do “calor do momento.” Quanto mais você questionar os seus sentimentos, mais pode controlá-los, em vez de deixar que tomem o controle.
Enquanto eu :
·         Enquanto eu tiver capacidade de me olhar de fora, de me distanciar de mim mesmo, eu continuarei a crescer, progredir e evoluir,
Enquanto eu tiver a capacidade de me arrepender,
De perceber que eu erro, que falho,
Enquanto eu me questionar acerca das minhas decisões,
Haverá chances de aumentar a minha sensibilidade,
Haverá chances de escrever uma nova história,
Haverá chances de pedir perdão,
Questionar-me faz emergir em mim a minha humanidade,
Questionar-me, enaltece-me, faz-me acrescentar valor, faz perceber-me melhor, para que possa também perceber os outros,
Questionar-me faz-me ficar mais próximo dos que amo, daqueles com quem me cruzo, dos meus amigos, do chefe no trabalho, do condutor enfurecido, do desespero do desempregado, da aflição da mãe que aconchega o filho,
Questiono-me uma e outra vez, não por ter dúvidas, mas para ponderar caminhos,
Caminhos que questiono se devo desbravar, se devo embrenhar-me neles,
Caminhos que passo a saber que percorri,
Caminhos que reconheço que outros estão a percorrer,
Por vezes caminhos sombrios, catastróficos,
Caminhos de revolta, de sofrimento, de frustração, de dor, de exaustão.

Que caminhos são esses que questionei ter escolhido? Que caminhos são esses que percorro?
·         São os caminhos, que por vezes, percebo que me levam a criticar os outros que os estão a percorrer,
Questiono-me e percebo que os meus caminhos são iguais a tantos caminhos que os outros escolhem, talvez sem se questionarem,
Questiono-me e aprendo, aprendo que errar é humano, mas que quando expresso a  minha humanidade de me questionar o erro transforma-se em valor,
Um valor de me olhar como um ser errante, igual a tantos outros seres errantes,
Questionar-me aumenta a autocompaixão, aumenta a minha empatia pelos outros,
Fiquei consciente que os meus questionamentos suportam as minhas decisões e,
Quando essas decisões me conduzem a lugares que me prejudicam ou prejudicam os outros,
O ato de me ir questionando, torna-me suficientemente consciente para me enriquecer com a experiência,
E na minha imperfeição, continuo a questionar-me, não para ser perfeito, mas para fazer as coisas na perfeição.


CONSCIÊNCIA: O PODER SUPREMO

A sensação de poder, de controle, de capacidade, de equilíbrio emocional, de autoconfiança e autodisciplina são tudo experiências que pretendemos alcançar. Na base de todas estas experiências enriquecedoras que nos engrandecem, está a consciência. De forma simples, a consciência pode definir-se como o processamento da informação acerca das coisas que vivenciamos durante uma determinada experiência. Todas as vezes que percebemos que poderíamos ter pensado ou agido de outra forma, vale a pena lembrar que não somos o que fazemos o que dizemos o que pensamos, ou mesmo o que sentimos. Enquanto todas estas coisas podem definir a nossa experiência de vida, elas não definem quem somos. Para conseguirmos utilizar o poder supremo na sua plenitude, importa treinar a mente. Importa ficar ciente e testemunhar por nós mesmos, que somos muito mais que as nossas experiências. Conseguir testemunhar isso é encontrar paz de espírito.

AGIR DELIBERADAMENTE
De acordo com o que você leu anteriormente, pode ter experimentado uma das muitas reações diferentes. A primeira é de alívio, “Ahh graças a Deus por isso, eu sabia que deveria haver mais qualquer coisa. ” A segunda é de medo, “Ohh bem, se eu não sou nenhuma dessas coisas, então o que, ou quem, diabos sou eu?” O terceiro é uma das maravilhas, “Uau, isso pode realmente ser verdade? ” e a quarta é de ceticismo,” Esse cara não tem ideia do que está falando.” Para o assunto em questão, não me vou perder em argumentos filosóficos acerca daquilo que seremos enquanto pessoas. Não é disso que se trata. O que importa realçar nesta constatação de que nós somos muito mais do que aquilo que pensamos, sentimos ou agimos, é que possuímos uma consciência que nos permite encontrar algum espaço na mente, para que possamos agir deliberadamente sobre o que pensamos, sentimos e fazemos.
Trata-se de reconhecer que só porque um pensamento aparece na mente, não somos esse pensamento, e só porque podemos sentirmo-nos de certa maneira num determinado momento, não temos necessariamente de ser esse sentimento. É a diferença entre estar no meio de uma tempestade ou estar a assistir a uma tempestade num lugar seguro. É a diferença entre estar a ser fustigado pela tempestade, varrido pelo vento e à mercê da chuva, ou estar sentado no interior da sua casa, aconchegante e acolhedora, perto do fogo, vendo a tempestade passar. O quanto este exemplo anterior pode servir-lhe na prática? Bem, pense quantas vezes você já experimentou um determinado pensamento, mas não o levou a sério. Talvez tenha sido quando você estava dirigindo, ficou enfurecido ao ponto de pensar em agredir fisicamente o outro condutor. Mas você percebeu o quão louco o pensamento era, o quanto você valoriza a vida humana, para não falar da sua própria vida, e decide deixá-lo ir. Talvez, enquanto pai, não tendo dormido por dias, tendo surgido o pensamento de colocar o bebé dentro de uma tenda à prova de som, escondido em algum lugar agradável e seguro, de preferência longe dos seus ouvido. Mas você percebe o quão ridículo é o pensamento e, mais uma vez, você deixa-o ir. Ou, talvez você já teve  o pensamento de empurrar pela janela fora o seu chefe depois dele o ter humilhado na frente de todos os seus colegas. Mas você terá pensado sobre isso um pouco mais e percebeu que o pensamento não valia a pena ser levado a sério.

RECONHECER A ILUSÃO DO APEGO AO PENSAMENTO
Assim que você consiga treinar a sua mente para distinguir a ilusão. Assim que consiga aplicar o filtro da ilusão, fica com a capacidade de reconhecer que um pensamento é apenas um pensamento, que sem sempre tem de ser levado a sério, que não tem de fundir-se ou colar-se a ele. Aprofundei este assunto no artigo, Consciência emocional: Validar emoções e pensamentos para seu benefício. Só porque alguma coisa vem à mente, não a torna real, algo que temos de agir sobre ou acreditar. Não é aquilo que nós somos. Só porque alguma coisa vem à mente não significa que isso é o reflexo do tipo de pessoa que somos, ou que nos faz boa ou má pessoa.
Existem muitos estímulos externos que nos fazem disparar pensamentos de todo o tipo. Imagine a pressão que seria julgar cada pensamento que surge na mente, de sentir um certo senso de responsabilidade ou identidade sobre cada pensamento e sentimento que surge em nós. Claro, temos a responsabilidade de fazer passar alguns desses pensamentos pelo filtro da consciência, para que possamos saber se escolhemos envolver-nos com eles e levá-los ao nível da fala ou ação, mas um pensamento é apenas um pensamento. Em última análise é você quem decide a importância que os seus pensamentos têm ou o que fazer com eles. Falei neste assunto no artigo, Deixe de reagir: Escolha a sua resposta em consciência afirmando quem você quer ser.

A GRANDEZA DA CONSCIÊNCIA
Quando levamos muito a sério alguns dos pensamentos que nos surgem na mente, a vida pode tornar-se pesada. Quando nos identificamos com as nossas emoções de forma taxativa, começamos a perder-se nelas. Quando assumimos que as nossas palavras nos definem, começamos a pensar demais. E quando somos incapazes de encontrar qualquer senso de perdão nas coisas que fazemos de errado na vida, então começamos a sentir uma enorme angústia. A mente é maior do que isso. A vida é maior do que isso. Há algo além do pensamento, além do sentimento, além da fala e além da ação. É um lugar de consciência. Podemos chamá-lo por qualquer nome que quisermos. Poderíamos associá-lo a uma forma particular de pensar, uma filosofia, uma fé, ou não ter nenhum nome para isso. Realmente não importa. De qualquer forma, isso não muda a qualidade da consciência, este lugar de perspectiva, a partir do qual podemos ver um pensamento pelo que é e, se não nos servir, deixá-lo ir com facilidade.

Nós somos aquele que é, e quando não estamos a sê-lo, por ação da consciência conseguimos perceber que o resultado daquilo que estamos momentaneamente a pensar, sentir e agir não nos define. Nesse exato momento, em consciência, pudemos passar a pensar, sentir e agir de acordo com a ideia que temos acerca daquilo que somos. Este é o poder supremo em ação. Este é o poder da consciência a expressar-se. Saber ser aquilo que sou quando não estou a conseguir ser,

É preciso respirar fundo, agarrar-me a esse ínfimo instante que existe entre o estímulo e a resposta, ser capaz de aceder à minha consciência, às coisas que valorizo, à sabedoria do velho da esquina, da criança que me agarra a mão, da senhora da mercearia que me recebe com um sorriso, dos sonhos de criança, É preciso ficar ciente que tenho a capacidade de decidir, de decidir ser assertivo, de me orientar pelos meus valores, pela minha simpatia, pela minha capacidade de afirmação, de dizer não, de seguir o que me faz bem, de me manter firme na hora da facilidade e tentação, de me afastar da negatividade, da minha e da dos outros,  De me incentivar quando estou em baixo,
de travar a minha língua quando ela quer falar baboseiras, de ser empático na dor dos outros, e de ser tenaz na minha própria dor, É preciso manter a calma no turbilhão das emoções tumultuosas, É preciso ser decidido quando o tempo urge, ser descontraído quando a tensão aumenta, Saber ser aquilo que sou quando tenho a noção que não estou a ser é uma tarefa para a vida, Que a vida se estenda e a tarefa permaneça.