Todos nós somos emotivos, por isso a ansiedade é uma característica da espécie humana. Não se preocupe se um dia acordar ansioso e com a mente inquieta, isso faz parte do nosso estado de espírito que é inconstante. Se não sentisse qualquer emoção ou ansiedade seria anormal, pois seria patológico e teria que procurar um psiquiatra. O que não é normal é estar sempre ansioso e preocupado.
Há pessoas que acreditam que as preocupações fazem parte da vida; não saberiam como viver se não tivessem a mente preocupada. Creem que ao preocuparem-se, é como se controlassem ou evitassem o pior que as atormentam. Por isso, às vezes ficam irritadas com as pessoas, que aparentemente parecem calmas, e usam frases como estas: “Esta gente não se preocupa com nada”; “Os meus filhos não se preocupam”. Por vezes ficam satisfeitas, quando vêm um filho preocupado, interpretando isso como sinal de maturidade e de bom senso. Poder-se ia perguntar: quando o seu filho se preocupa com os fantasmas ou com o papão será que também é sinal de maturidade?
Os sentimentos como as preocupações podem-se aprender com os pais. Ouvido muitas vezes os refrões: “Estou ralado com isto... estou inquieto e preocupado com aquilo que me poderá acontecer...” É natural que se aprenda que as preocupações fazem parte da vida e que é impossível viver sem elas.
A palavra preocupação deriva do prefixo de origem latina: pre que significa antes e da palavra ocupação, por isso, preocupação significa: estado de inquietação por algo antecipado que poderá estar no futuro ou talvez nunca venha a acontecer.
Não há dúvida que a preocupação é um estado que nos deixa impotentes, porque estamos a antecipar um futuro inquietante; por vezes duvidoso e que não podemos fazer nada para resolver a situação: tira-nos o sono, leva-nos a um grande stress e abrevia-nos a morte.
É impossível fugir das preocupações, porque para onde for as levará sempre consigo. Se tentar esforçar-se para ignorá-las ou esquecê-las está a dar-lhes poder; e elas aumentam de intensidade e tornam-se mais fortes e inquietantes. Não lhes dar importância tira-lhes o poder e elas se dissipam como se fossem fumo diante dos nossos horizontes.
Toda a preocupação é uma meditação antagônica, e uma concentração de emoções negativas paralisantes, causam a tensão muscular e condicionam-nos o corpo para o ataque, defesa ou retirada: tudo isso antes que o perigo aconteça. A tensão muscular pode esgotar as suas reservas químicas, imobilizando assim a renovando da energia vital. Por isso, as preocupações prolongadas podem abalar a energia muscular; e também dar origem ao cansaço mesmo quando a atividade é mínima.
O relaxamento é um dos exercícios que deverá praticar, para que os músculos descansem e tranquilizem a mente. Lembre-se que toda a atitude corporal, isto é, fisiológica, influencia o cérebro; e as representações internas (pensamentos), influenciam todo o corpo: respiração, músculos, circulação sanguínea, coração, digestão etc. e vice versa.
Não fazer nada, ou enterrar a cabeça na areia como a avestruz, não é a solução correta para vencer as preocupações, terá que agir, isto é, tomar uma atitude que seja correta. Exemplos: se a saúde o preocupa, terá que ter coragem em consultar o médico; se a segurança de casa o preocupa deverá proteger-se com um sistema de alarmes.
O tema é vastíssimo por isso será abordado nos próximos números.
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