Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa
1.- O que causa a Doença de Crohn e da Retocolite?
Não se conhece a exata causa das Doenças Inflamatórias Intestinais (Dll). Sabe-se que não são transmissíveis e que ocorrem alterações das defesas do corpo nos portadores dessas doenças, desencadeando o processo inflamatório.
2.- Qual a incidência das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)?
Ainda não se sabe a incidência no Brasil.
Estima-se que existam mais de 2 milhões de paciente de Dll nos Estados Unidos e mais de 1 milhão na Europa. Os homens e as mulheres parecem ser afetados em igual proporção. Apesar de a Doença de Crohn e a RCUI (Retocolite Ulcerativa Inespecífica) acometerem indivíduos de todas as idades, predominam em jovens, sendo quase todos os casos diagnosticados antes dos 30 anos. Calcula-se que, nos Estados Unidos, pelo menos 200 mil crianças com menos de 16 anos sofram dessas doenças atualmente. 3.- Quais os sintomas iniciais da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa?
Os primeiros sintomas são: evacuações diarreicas (que freqüentemente têm sangue), desejo urgente de evacuar e odor fétido nas fezes .
A diarreia pode se desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita, podendo surgir dores articulares e lesões na pele. Na Doença de Crohn a dor abdominal e a diarreia frequentemente surgem após as refeições. São comuns: dores articulares (dores nas juntas), falta de apetite, perda de peso e febre. Outros sintomas precoces da doença de Crohn são lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fistulas e abscessos. 4.- As DII são hereditárias?
Acredita-se que as doenças inflamatórias intestinas tenham uma predisposição genética. O indivíduo geneticamente predisposto quando em contato com algum fator ambiental específico (desconhecido) poderia desenvolver uma resposta inflamatória (de defesa) descontrolada. Tal alteração no controle da inflamação seria acarretada por uma disfunção da resposta imunológica da pessoa, que atuaria de forma irregular provocando, então, a lesão inflamatória típica destas doenças. As DII não seguem um padrão Mendeliano clássico de transmissão genética e portanto não podem ser consideradas hereditárias, mas existe sabidamente a predisposição genética, tendo inclusive sido descrito um dos genes responsáveis por ela, o Gen CARD 15/NOD 2. Com tudo isto pode-se dizer que a chance de ocorrer em membros da mesma família de portadores é maior, mas não há como calcular o risco, já que não existe um padrão de transmissão.
5.- A tensão emocional pode desencadear uma crise de DII?
A tensão emocional pode influir no curso da Doença de Crohn, da colite ulcerativa ou de qualquer doença.
Apesar de conflitos emocionais ocasionalmente precederem o surgimento ou um novo episódio (chamado também de 'recidiva') de uma DII, isso não significa, necessariamente, que foram a causa. É provável que a angustia sentida pelas pessoas com DII seja uma reação aos sintomas dolorosos e limitações decorrentes da enfermidade. 6.- Que medicamentos são usados no tratamento das DII? Quais os efeitos colaterais?
Os mais utilizados são sulfasalazina, mesalazina e os corticoides.
Ambos reduzem a inflamação. A sulfasalazina é usada para tratar sintomas leves e moderados de ambas enfermidades, e para tentar impedir a recidiva dos mesmos. Os corticoides são administrados quando os sintomas são mais severos; sua dose é diminuída lentamente até ser descontinuado quando da melhora dos sintomas. Outros medicamentos utilizados são a azatioprina e 6-mercaptopurina (drogas imunossupressoras que tentam reduzir os sintomas, fechar fistulas e diminuir ou eliminar a dependência de algumas pessoas aos corticoides). O metronidazol tem sido útil para o tratamento das complicações perianais da Doença de Crohn; e os antibióticos também são usados para combater infecções locais. Desde 1999 para doença de Crohn e de 2005 para colite ulcerativa, os anti-TNFs, medicamentos biológicos, vem sendo utilizados com resultados excelentes em vários pacientes com indicação específica. O único aprovado para uso no momento é o Infliximabe que é administrado por via endovenosa, através de um soro preparado com a medicação. Todas as medicações podem ter efeitos colaterais. A sulfasalazina pode causar náuseas, dor de cabeça, vômitos, anemia e erupções da pele. O corticoide pode causar acne, aumento do apetite, inchaço no rosto, aumento do peso e dos pelos no corpo. Mais raramente, podem ocorrer problemas ósseos, hipertensão arterial, problemas digestivos e mudanças de personalidade. Estes efeitos secundários geralmente diminuem com a redução da dose e desaparecem quando da descontinuação do uso do medicamento. A azatioprina e a 6-mercaptopurina podem causar: náuseas, redução dos glóbulos brancos do sangue e inflamação do pâncreas (pancreatite). O metronidazol pode causar náuseas, dor de cabeça, desconforto abdominal, escurecimento da urina, gosto metálico, formigamento das mãos e pés. 7.- Que alimentos devem ser evitados?
-. Leite integral, leite condensado, creme de leite, leite achocolatado; queijos amarelos (mussarela, prato), parmesão, cheddar, roquefort;
-. Margarina e manteiga. -. Açúcar em grande quantidade e doces como: goiabada, marmelada e chocolates -. Verduras folhosas. -. Condimentos picantes como páprica, orégano, pimenta do reino, pimentas, mostarda, catchup. 8.- Quais os alimentos permitidos?
-. Carne magra, peixes e aves (sem a pele).
-. Leite isento de lactose: Modulen®(Nestlé) ou Elegê®, com baixos teores de lactose (Elegê Alimentos) -. Pão francês e de forma, broa de milho, torradas e bolachas não recheadas. -. Frutas como: maçã, pêra e goiaba (todas sem a casca), banana maçã, banana nanica, caju, limão podem ser ingeridos nas formas crua, cozida (como compota) ou de seus respectivos sucos. -. Legumes como: cenoura, chuchu, abobrinha devem ser cozidos. -. Féculas como: batata, cará, inhame, mandioquinha e mandioca, devem ser cozidos. -. Leguminosas como: feijão, ervilha, grão de bico, lentilha e soja devem ser ingeridos somente seus respectivos caldos. -. Doces: de preferência os dietéticos, que não contenham açúcar. -. Ovo: mexido, pochê, cozido, omelete. -. Cereais: arroz refinado, macarrão com molho sem condimentos -. Diversos: sal, temperos naturais, vinagre. -. Bebidas: água, chá, café, limonada. 9.- O que fazer para ter uma vida saudável, mesmo sendo portador de DII?
-. Faça de 5 a 6 refeições diárias, em pequenos volumes.
-. Coma devagar e mastigue bem os alimentos. -. Substitua o açúcar por adoçante e/ou dextrosol (açúcar do milho). -. Dê preferência à ingestão de líquidos nos intervalos das refeições e, no mínimo 2 litros ao dia. -. Prepare os alimentos cozidos, grelados ou assados. -. Utilize gordura em pequena quantidade para o preparo dos alimentos e dê preferência a óleo de milho, de girassol, de soja ou azeite. Cada indivíduo deve ser tratado de acordo com seus hábitos, preferências e estado atual da doença. Para mais detalhes, procure seu Nutricionista e seu Médico. |
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
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