Primeira relação sexual após o parto
Sem precipitações, essa retomada
tem tudo para se transformar em uma segunda lua de mel. Mas, é preciso
compreensão, paciência e afeto. Reunimos dicas para vocês reviverem o prazer
depois do parto.
1. Sexo não se resume à
penetração
A maioria dos casais tende a
considerar sexo apenas a relação genital. Mas não é bem assim, principalmente
em uma fase em que a mulher se recupera de um parto. Tão importante quanto a
cópula em si é o enamorar-se. A dica aqui é abusar de abraços, beijos e
carícias. Dar as mãos sempre que possível, não poupar afagos, trocar galanteios
e provocações, enfim, manter acesa a chama que une o casal. É claro que estão
ambos exaustos, mas reserve alguns instantes para esses jogos de sedução, na
hora do banho, no momento de dormir ou mesmo na cozinha, de surpresa. E deixe
que o clima vá esquentando no decorrer das semanas, sem pressa.
2. Espere até que o corpo volte a
ser o que era
A mulher precisa de tempo para se
recompor de um parto, tanto do ponto de vista físico como emocional. Não existe
um prazo pré-estipulado. Em geral, os médicos pedem que os dois aguardem pelo
menos 42 dias para liberá-los totalmente para o sexo, mas o casal pode começar
antes ou depois desse prazo. O parto normal permite uma retomada mais precoce
das atividades sexuais, sem muito desconforto vaginal e dores. Já a cesariana
requer um tempo adicional para o pós-operatório, o que significa de 60 a 90
dias sem uma relação completa. Agora, mais importante do que o prazo é o desejo
do casal de realizar a primeira relação amorosa após o parto.
3. É normal perder a libido
durante a amamentação
A produção do leite depende de um
hormônio chamado prolactina. Além de garantir a amamentação, a prolactina
também interfere na disposição sexual da mulher ao reduzir a libido e ressecar
a vagina, um verdadeiro hormônio antissexo. Por isso, não vale a pena se culpar
pela perda da motivação sexual. Além disso, amamentar sob livre demanda –
recomendável até o bebê completar 6 meses – esgota qualquer mulher. Difícil
sentir-se disposta com o cansaço, o sono, o estresse, a insegurança e a
irritação típicos desse período. O casal deve conversar sobre isso para não
haver cobranças desmedidas.
4. As emoções
O nascimento de um filho gera uma
confusão emocional nos pais. Sensações e sentimentos se misturam, e o casal
precisa de um tempo até se reequilibrar. Portanto, a retomada do sexo tem de
ser avaliada dentro desse contexto. No caso da mulher, o parto psicológico, que
é a separação psíquica entre mãe e filho, pode demorar até 90 dias após o parto
fisiológico. Até lá, a mãe dedica-se quase exclusivamente ao filho, como se
fosse uma extensão de seu corpo. Nessa fase, é bastante comum pais imaturos
encararem o filho como um concorrente. Uma boa medida é tirar o filho do quarto
dos pais até o fim desse terceiro mês. Já o marido pode passar a encarar a
mulher como uma figura sacrossanta e ter dificuldade de tratá-la como parceira
sexual. Tudo isso é absolutamente normal. O casal deve lidar de modo natural
com a situação e buscar no carinho e no amor um caminho para retomar a vida
sexual.
5. Exercícios preparam a mulher
para o sexo
O corpo da mulher sofre profundas
transformações durante a gravidez. Após o parto, tecidos e órgãos demoram
algumas semanas até voltarem ao lugar. Uma boa maneira de favorecer esse
processo é praticar exercícios físicos leves, sob a orientação médica. No caso
de mulheres que estão preocupadas com a flacidez de sua região genital por causa
do parto normal, a dica é praticar exercícios vaginais. Sim, as contrações
vaginais ajudam a restabelecer a firmeza muscular da região. Passadas seis a
oito semanas, com a liberação médica, vale a pena também retomar aos poucos as
atividades físicas normais, o que aumenta a disposição para a primeira relação.
6. Masturbação pode ser uma boa
válvula de escape
O homem é capaz de passar longos
períodos sem sexo. Muitos permanecem virgens até a morte. Mas essa não é a
regra. Em geral, o anseio sexual é uma marca masculina. Por isso, a masturbação
não deve ser encarada como algo condenável. Pelo contrário, com o consentimento
da mulher, ele se sentirá muito mais excitado para esperar a retomada do sexo a
dois. Em muitos lugares, inclusive (nem tanto no Brasil), há homens e mulheres
que apreciam ver o parceiro se masturbar sem intervir. Essa cumplicidade eleva
a temperatura e prepara o terreno para a retomada do sexo.
7. O que fazer na hora H
O ritual da primeira relação após
o sexo pode ser algo inesquecível, uma segunda lua de mel. Abuse da
criatividade, não se imponha limites e fuja da monotonia. Vale tudo, desde que
dê prazer ao casal. É possível que a lubrificação ainda não seja a ideal. Nesse
caso, uma dica é, além de caprichar nas preliminares, usar lubrificantes
convencionais ou estrogênio “não absorvido sistemicamente” (isso é muito
importante porque, se esse hormônio passa para o leite da amamentação, pode
causar problemas no bebê). Também compensa procurar acessórios para estimular o
aparelho genital feminino e aumentar a lubrificação. Vença a inibição, visite
uma sex shop, onde há brinquedos de todos os tipos.
8. Satisfação importa mais que
orgasmo
As
primeiras relações após o nascimento da criança devem ser guiadas pela busca da
satisfação, e não necessariamente de orgasmo. Por isso, é importante que seja
um processo gradativo, que comece com as primeiras carícias desde a chegada da
maternidade e culminem com a penetração propriamente dita semanas ou meses
depois. Mire o resgate do prazer e do desejo, e o resto virá a reboque.
bebe.abril.com.br
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